A pornografia de vingança, ou “revenge porn”, é um fenómeno que continua a crescer, expondo vítimas a humilhações e danos irreparáveis.
Recentemente, uma investigação da NiT revelou a existência de canais no Telegram, como o “Pussylicious”, dedicados à partilha não consensual de conteúdos íntimos. Estes grupos, muitos deles organizados por localização e tipo de conteúdo, disseminam imagens e vídeos de forma obscena, frequentemente com informações pessoais das vítimas.
Estes canais, que incluem subgrupos como “Voyeur” e “Chibos”, são exemplos de uma prática alarmante que afeta gravemente a privacidade e a segurança das pessoas. O “Pussylicious”, por exemplo, segmenta o conteúdo em tópicos que vão desde imagens íntimas a fotos de mulheres em situações cotidianas, tiradas sem consentimento.
Pussylicious e Pussylga são dois dos nomes dos grupos de Revenge Porn em Portugal que ainda estão ativos
Os membros do grupo também constroem narrativas sobre as vítimas, intensificando o sofrimento das mesmas. O impacto psicológico é profundo, e a divulgação destes conteúdos pode levar a consequências trágicas, como demonstrado pela relativamente recente morte da espanhola Verónica, de 32 anos, que se suicidou após a divulgação de um vídeo íntimo.
Em Portugal, o problema é igualmente grave. Apesar da aprovação recente de uma lei que pune a partilha não autorizada de imagens íntimas com penas de até cinco anos de prisão, muitos grupos como o “Pussylga” continuam ativos, expondo a fragilidade do sistema legal em lidar com esta questão.
Associações como a Não Partilhes, liderada por Inês Marinho, trabalham para aumentar a consciência sobre a pornografia de vingança e apoiar as vítimas. Também no Rino unido já existem organizações articuladas para ajudar as vítimas deste flagelo como a Revenge Porn Helpine. A Austrália criou também a primeira ferramenta nacional de denúncia para ajudar as vítimas de pornografia de vingança.
A crescente popularidade das redes sociais e das plataformas de mensagens anónimas tem facilitado a disseminação destes conteúdos, evidenciando a necessidade urgente de medidas mais eficazes para proteger as vítimas e combater este crime em ascensão.
LINKS ÚTEIS
Associação Não Partilhes
https://www.instagram.com/naopartilhes
https://www.facebook.com/naopartilhes/?locale=pt_BR
https://www.linkedin.com/company/associa%C3%A7%C3%A3o-n%C3%A3o-partilhes/?originalSubdomain=pt
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