A falta de estabilidade, o futuro incerto e a pouca informação sobre fertilidade estão a afastar muitos jovens da ideia de ter filhos.
A parentalidade já não é uma certeza para as novas gerações. Segundo o Barómetro FutURe 2025, promovido pela Merck, 30% dos jovens europeus entre os 21 e os 38 anos dizem que não querem ter filhos. Um número que levanta questões profundas sobre o futuro da natalidade na Europa — e, acima de tudo, sobre como os jovens vivem (ou evitam) o tema da fertilidade.
Entre os motivos mais apontados estão o custo de vida elevado, a instabilidade no trabalho e na habitação, mas também uma enorme falta de literacia reprodutiva. Apenas dois terços dos inquiridos sentem-se bem informados sobre fertilidade, e menos de metade chegou a falar do tema com um médico ou especialista.
Mas há uma nova consciência a emergir: mais de 70% dos jovens considera importante ter acesso a métodos de preservação da fertilidade, como a criopreservação de óvulos e espermatozoides. Para muitos, isso daria liberdade para adiar a parentalidade — sem fechar a porta a essa escolha no futuro.
Este estudo recolheu mais de 30 mil respostas em 12 países e lança um apelo claro: é urgente falar abertamente sobre fertilidade, quebrar tabus e oferecer ferramentas reais para que cada pessoa possa decidir, com liberdade e informação, sobre o seu futuro.
Num tempo em que a natalidade está em queda e a pressão social já não dita regras, ser ou não ser mãe/pai tornou-se uma decisão profundamente pessoal — e cada vez mais adiada.

