Uma tentativa de feminicídio captada por câmaras de segurança deixou o Brasil em estado de choque — e gerou uma onda de indignação a nível internacional. As imagens, violentas e perturbadoras, mostram o ex-jogador da seleção brasileira de basquetebol 3×3, Igor Eduardo Pereira Cabral, a agredir brutalmente a sua namorada, Juliana Garcia dos Santos, com 61 socos num elevador de um condomínio de luxo em Natal, no estado do Rio Grande do Norte.
O ataque durou pouco mais de meio minuto — do 16.º andar até ao rés-do-chão. Juliana sofreu múltiplas fraturas faciais e foi internada em estado grave. Após uma cirurgia reconstrutiva complexa que envolveu miniplacas e parafusos, recebeu alta a 4 de agosto e encontra-se agora em recuperação domiciliária, com apoio médico, psicológico e social.
A justiça avança, mas o machismo persiste
Igor Cabral foi detido em flagrante e encontra-se em prisão preventiva. Nos últimos dias, surgiram notícias de que terá sido agredido por outros reclusos no centro de detenção, situação que exigiu acompanhamento médico. A justiça está a seguir o seu curso e, segundo o Ministério Público, o atleta foi formalmente acusado de tentativa de feminicídio, sendo também investigado por violência psicológica continuada. Juliana revelou que o ex-companheiro já a controlava emocionalmente e chegou a tentar manipulá-la para o suicídio.
Apesar da clareza das imagens e da gravidade da situação, o debate nas redes sociais continua a expor o machismo estrutural. Enquanto milhares se mobilizam com a hashtag #JustiçaPorJuliana, muitas mulheres denunciaram os comentários de homens que tentam justificar o injustificável com frases como: “O que é que a anjinha fez?” ou “ninguém dá 61 socos sem motivo”. Um padrão que evidencia como a cultura da culpabilização da vítima ainda está viva — mesmo diante de provas irrefutáveis.
Este caso não é isolado — é o espelho de uma sociedade que continua a relativizar a violência contra a mulher. Que mais será preciso para levarmos a sério os sinais de abuso? As imagens não deixam dúvidas: é urgente proteger as vítimas antes que se tornem estatísticas.
📞 Se fores vítima de violência doméstica ou conheceres alguém em risco, denuncia. Em Portugal, liga para a linha de apoio gratuita 800 202 148.