Estudantes portuguesas desenvolvem batom que alerta para drogas em bebidas

Cinco alunas finalistas do Colégio de Santa Doroteia, em Lisboa, desenvolveram um protótipo revolucionário: um batom capaz de identificar a presença de drogas em bebidas. A ideia, nascida no âmbito da disciplina opcional de Empreendedorismo, deu origem à empresa Cindy Up, criada por Carlota Pereira (directora-executiva), Raquel Almeida, Sofia Sousa, Joana Rodrigues e Maria Ramos.

Preocupadas com a crescente ameaça da submissão química, estas alunas do ensino secundário decidiram transformar a indignação em inovação. Inspiradas por casos reais e pela falta de soluções acessíveis, criaram um protótipo engenhoso: um “batom” que muda de cor ao detetar substâncias ilícitas em bebidas, como GHB ou cetamina, frequentemente usadas em contextos de violência sexual.

As jovens investigadoras explicaram que a ideia surgiu por sentirem falta de soluções práticas que permitam às mulheres protegerem-se em contextos de risco, como festas ou bares. O design do objeto foi pensado para ser discreto, fácil de transportar e intuitivo na utilização.

O protótipo já foi premiado num concurso nacional de ciência e está a gerar interesse em universidades e centros de investigação, com vista a um possível desenvolvimento comercial e certificação. O próximo passo será aperfeiçoar a sensibilidade do sensor e garantir a fiabilidade em diferentes tipos de bebidas.

Este tipo de inovação, pensado por raparigas e para mulheres, destaca-se num país onde a violência sexual e a insegurança noturna continuam a ser temas pouco enfrentados com soluções tecnológicas práticas. Com engenho, coragem e visão, estas estudantes provaram que a ciência pode — e deve — estar ao serviço da segurança e da liberdade.