women freeze operation

Operação Femme Freeze: pela dignidade e autonomia das mulheres

 

Dezembro traz consigo o espírito de festa, mas este ano, há algo diferente no ar – um frio que não se mede em graus, mas em resistência e dignidade. Nos Estados Unidos e seguido por várias mulheres que estão a aderir ao movimento em todo o mundo, mulheres estão a preparar-se para o que chamam de “Operação Femme Freeze,” um protesto silencioso, mas potente, que se estende até ao dia 1 de janeiro.

Trata-se de uma ação coletiva, organizada por criadoras de conteúdo e ativistas, que pretende retirar o apoio feminino de espaços e práticas que transformam mulheres em meros adereços ou instrumentos de lucro.

Bares e discotecas, com as suas conhecidas “ladies’ nights”, são o primeiro alvo desta operação, que oferecem entradas gratuitas ou bebidas às mulheres, quando o verdadeiro objetivo por trás dessas campanhas é garantir uma presença feminina que atraia e entretenha clientes masculinos, mantendo, assim, uma lógica de mercado que as trata como “parte do espetáculo”.

Operação Femme Freeze: um inverno para o protesto

Segue-se o boicote às aplicações de encontros, cuja economia depende da atração dos homens, mas que utiliza a presença feminina, com algoritmos que fazem das interações uma espécie de “produto”. Aliás, até o consumo durante a época natalícia entra neste protesto. As mulheres, que já gastam desproporcionalmente mais em produtos domésticos, estão a ser incentivadas a cortar nos excessos de fim de ano, redirecionando recursos para espaços e negócios de outras mulheres, especialmente pertencentes a minorias.

Para terminar, há uma chamada à autonomia económica: as empresárias são convidadas a subir os seus preços, desafiando a desvalorização histórica do trabalho feminino. Porque, afinal, quem dita o nosso valor? Esta “Operação Femme Freeze” é um lembrete claro de que a nossa presença não é para ser tomada como garantida – e que neste inverno, há um novo tipo de congelamento em curso.

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